Cartão de credito, facilidade ou dor de cabeça.

Your ads will be inserted here by

Easy Plugin for AdSense.

Please go to the plugin admin page to
Paste your ad code OR
Suppress this ad slot.

Federações de comércio de todo o país revelam que o uso dos cartões de crédito cresce em ritmo avassalador. Em Minas Gerais, o uso do cartão chegou a 70% das vendas em janeiro, contra 58% há um ano. Enquanto isso, o uso do cheque caiu de 26% para 18%. Não é à toa que um anúncio de Visa ironiza quem usa dinheiro. Na verdade, o dinheiro é a moeda circulante do país e o cartão, uma simples facilidade trazida pelos novos tempos.

cartoes-de-credito

Os problemas dos cartões não são simples preocupações de jornalistas ou entidades de defesa do consumidor. Tiveram eco no Ministério da Justiça, que lhes impôs uma série de restrições, notadamente a redução do número de tarifas cobradas ao consumidor e a uniformização das denominações de cada encargo.

O Ministério da Justiça procurou reduzir o número máximo de prestações, por saber que, com os juros cobrados, essa facilidade é um caminho para dificuldades do cliente. Uma decisão injusta do governo de Fernando Henrique Cardoso foi um marco no avanço dos cartões. Determinou que o preço para pagamento em dinheiro seja o mesmo do cobrado em cartão. Assim, uma loja que vende produto a R$ 100, se receber em moeda sonante, não pode reduzir o valor para R$ 95. No entanto, se aceitar cartão, terá de pagar uma comissão ao cartão que em alguns casos supera 6%. Além disso, os lojistas têm de pagar pelo aluguel de máquinas e aceitar outras taxas e se render ao prazo de pagamento imposto pela instituição.

É verdade que o cartão traz dois grandes benefícios: como as empresas administradoras garantem o pagamento, a inadimplência se aproxima de zero e, nesses dias de insegurança – até nas pequenas cidades – o comerciante aprecia saber que seu dinheiro, mesmo com descontos, será depositado no banco, impossível de ser furtado ou roubado. Assim, embora com atraso de 20 a 40 dias, o cartão ajuda o comércio. A outra grande ajuda é à sociedade, pois os recebimentos de lojas e restaurantes, em cartão, são comunicados ao fisco municipal, estadual e federal, o que reduz a sonegação.

O grande mal dos cartões está nos indecentes juros cobrados. Dados da Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac) apontam que a taxa cobrada pelos cartões é de 238,3% ao ano, quando a inflação está abaixo de 6%. E, com extrema malícia, ao indicar ao cliente-vítima que sua fatura mensal é de R$ 1 mil, as empresas de cartão avisam: o pagamento mínimo é de R$ 100, ou seja, pode-se jogar para a frente o compromisso imediato de R$ 900.

A maioria dos consumidores tem problemas de orçamento e não poucos são atraídos por esse canto de sereia. Com isso, em pouco tempo, esse saldo irá duplicar, triplicar ou até decuplicar, gerando grandes males na sociedade, principalmente para pessoas de baixa renda, ou fascinadas pelo consumo ou ainda que tiveram inesperada perda de emprego. Os cartões são o futuro. Algum dia não se usará mais dinheiro sonante, o “cash”. Mas essas empresas bem que poderiam agir com mais civilidade, aproximando-se das belas mensagens de amor, cidadania e civismo que retratam em suas mensagens publicitárias.

Publicidad